Neste ano fui indicada ao prêmio nacional de empreendedorismo feminino do Sebrae, onde tive que em apenas 3000 caracteres contar a minha curta história, os diferenciais do meu negócio, nosso impacto social e a gestão de pessoas, ufa!
A verdade é que, embora pareça muito, eu precisava no mínimo do dobro para escrever tudo o que gostaria. Muito contrariada cortei metade do texto fora, mas com pena de perdê-lo, publico aqui para que conheçam a breve história de uma empreendedora.
Sou Renata Cortopassi, Arquiteta. Em 2018 abri meu escritório atrás de um sonho: ser reconhecida nacional e internacionalmente. Já que sonhar pequeno e sonhar grande dá o mesmo trabalho: sonhemos grande!
Quando falava em abrir escritório não era levada à sério em casa. Foi quando abri o CNPJ com apenas 6 meses de formada que a família levou o choque “ela não vai fazer concurso público”. Tomei uma bronca de meu pai - que sempre foi meu grande exemplo - no melhor estilo “você está maluca? No que estava pensando?!”. Fiquei desapontada, mas segui segura do meu caminho.
Foi no meu primeiro estágio que percebi que não tinha perfil para funcionária: a falta de liberdade com horários e decisões de projeto foram decisivas. Lá, apesar de ser grata pelo aprendizado, o clima era muito ruim, o que me gerou um saldo de ansiedade, estresse intenso e bruxismo. Foi nesse momento que decidi: queria trabalhar com pessoas que amassem o que faziam tanto quanto eu.
Foi ainda durante a faculdade, que tive o meu primeiro contato com o empreendedorismo: entrei na empresa Junior da UNB, onde fui responsável por desenhar um plano de marketing. Foi quando descobri o SEBRAE através de sua extensa biblioteca online. Cheguei a baixar quase todos arquivos que guardo e reviso até hoje.
No último ano de universidade percebi que se não me preparasse seria só mais uma recém-formada perdida no mercado ( o que mais tarde me motivou a abrir o meu próprio curso de empreendedorismo para arquitetas). Comecei a buscar até que encontrei o curso perfeito, "Arquitetos de Sucesso", que fui desaconselhada a comprar já que era para escritórios já com experiência de mercado. Comprei, parcelando em 12 vezes com meu salário de estagiária.
Essa decisão me abriu as portas do mercado, antes mesmo de formar já tinha clientes batendo à porta. Fiz plano de negócios, marketing, swot, canvas, defini meu público alvo, instagram, fiz meu próprio site e antes da minha formatura me sentia pronta para o mercado.
No primeiro ano captei meu primeiro cliente comercial: uma imobiliária chamada Aldeia, para quem realizei um grande sonho: um espaço de dar orgulho que faria até a equipe sentir-se realizada por estar ali. Dito e feito! Vimos a transformação total da empresa através da arquitetura. Amei a liberdade criativa, amei o senso de custo-benefício, de sentir que honrava aquela empresa, aquele sonho. Fiz a diferença em um negócio.
E cada projeto era post novo, a presença digital sempre foi o pilar da minha estratégia de captação de clientes e de construção de reputação, autoridade e reconhecimento. Não foi fácil! Os primeiros conteúdos rendiam risadas de amigos e família. Mas eu tinha visão. Meus clientes desde sempre chegaram via instagram, google ou por indicação de outros clientes, ou seguidores que hoje formam uma comunidade de mais de 14 mil pessoas.
Pouco a pouco percebi que o meu destino estava junto aos empresários. Defini um nicho ousado e inovador: projetos instagramáveis para empresários que, assim como eu, queriam investir nas redes sociais para conquistar mais clientes. Me dediquei a estudar experiência do cliente e neuroarquitetura, mesclando os conhecimentos para criar gatilhos no espaço que favorecessem o consumo, além dos ambientes instagramáveis que arrancam fotos que seriam postadas divulgando aquele estabelecimento.
Com apenas 3 anos de escritório já reuni mais de 100 clientes dentre eles grandes nomes como Dunkin Donuts, Casa Barroco e a rede de hotéis Housi.
Desenvolvemos toda a parte de branding dos clientes. Faço questão de entender a essência do negócio para então traduzí-la no espaço de forma identificável, que transmita uma cultura a quem frequente. Sonho futuramente em abraçar o desenvolvimento da gestão dessas marcas, fazer mais ainda pelo propósito do Studio: dar novas chances a empresas, novas oportunidades de sucesso e realização.
Aqui no escritório a gestão de pessoas é algo orgânico e amistoso. Faço o processo seletivo buscando valores alinhados aos da empresa e pessoas que queiram estar aqui. Vale mais uma pessoa alinhada com a nossa cultura do que uma “super competente”. Há espaço para capacitação pela vivência, e faço de tudo para que todos aprendam ao máximo, dando liberdade para criarem e participarem. Atualmente somos 5 mulheres, todas motivadas e realizadas. Não tenho postura exclusiva. Pagamos salários na média do mercado mas oferecendo muito mais: uma vivência realmente rica da prática; todos os nossos estagiários que saem nos procuram depois para contar como aqui é único, isso não tem preço.
Quanto à sustentabilidade: não temos impressora, nosso único resíduo é de papel higiênico. Já dentro dos projetos, aproveitamos ao máximo aquilo que o cliente já tem para propiciar o reaproveitamento e a sustentabilidade financeira. Também destinamos 3% do faturamento a doações para causas sociais, nossos clientes estão ajudando outras pessoas com a nossa contratação.
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